domingo, 4 de julho de 2010

Você acredita em gravidade?

Aviso 1: Esse texto é resultado de algumas horas de completa e total fuga do meu estado de sanidade mental, e por isso mesmo eu resolvi não passa-lo por uma revisão muito rigorosa.

Aviso 2: Não levem o exemplo e a analogia tão a sério, eles são extremamente falhos na simples condição ilustrativa que eu os impus.



Todos conheçam Buddadeeboo. Buddadeeboo é fruto da minha imaginação, que também pode ser entendida por falta do que fazer. Coisa da qual o grande Buddadeeboo não carece, a propósito, pois tem uma vida altamente atarefada na condição de bom vírus letal que ele é (entenderam o trocadilho?). Vamos imaginar o universo em que o nosso amigo está inserido. Por universo entendemos o "tudo", que, para um virus, trata-se de uma noção extremamente diferente. O seu "tudo" possui outros limites. Ao nosso virus é impossivel conhecer o que há fora do estômago humano, por exemplo, em se tratando de um organismo ultra-microscópico que acomete exclusivamente as células da parede estomacal.

Pois bem, vamos adiante. O virus se reproduz, dá origem a diversas gerações, tem um ciclo infinito de existência, pode-se dizer, dentro do orgão digestivo em questão.

Porque o infinito é aquilo que não pode ser alcançado. 3 segundos são uma vida pro nosso amigo tampinha. O que seriam nossos 75 anos pra eles? Pra nós, escória perto do tempo de formação da Terra. Pra eles, a eternidade em pessoa. A cadeia de eventos a que eles se apropriam são tudo, de fato, no que diz respeito ao seu mundo. Eles observam o estômago liberando substâncias, e é disso que se trata toda a evolução de seu universo.

E pra todos os virus budda que existiram, existem ou vão existir, uma coisa é inquestionável: O estômago sempre se movimentará. São "forças peristálticas da natureza". Desde o adão dos virus é assim, e o será pela eternidade. É uma cadeia de tempo muito grande pra se dar contar de que o cara que os abriga vai morrer um dia.
E então os movimentos são dados como verdade absoluta, porque nunca aconteceu diferente e nunca acontecerá.

Os virus cientistas podem descobrir que na verdade habitam um grande ser, e o conhecimento é aprimorado de geração em geração. Ainda podem até descobrir as causas do movimento. "No extremo de seu universo existe uma fonte de energia motora, o tal do cérebro humano".

E as teorias se renovam. Já não se trata mais de energia, a nova visão sugere que se tratam de grandes cordas que percorrem o grande ser, que podem ser constatadas com a observação mais precisa, o desenvolvimento de novas técnicas. E as teorias vão girando e se renovando em torno disso, isso é tudo, é a pergunta final.

Pra nós, no entanto, não passa de uma criança gripada. É muito mais do que imaginava a vã filosofia do pobre buddaddeboo. Eles nunca vão chegar perto de descobrir que existem outros seres, trazendo outros virus. E que o universo não se trata desses seres, eles não são nada. Exsite uma casa deles, e uma cidade de casas deles, um país de cidades deles e um mundo onde funcionam leis que nenhum buddadde jamais ousou pensar. Eles buscam as respostas, mas elas trarão sempre mais perguntas. Descobrir a origem o ser que ele habita é infinito pra ele. É muito além.

E um dia, sem mais nem menos, no que seria um trilhão elevado a 287 de anos pra eles, uma eternidade de visões acrescidas, de transformações no corpo medidas em escalas "infatozoicas", "puberzoicas", de milenios do período "pré-adolescentiano", o portador do virus faz, sei lá, uma redução de estômago.

Tchadam!

É o fim, imagine o impacto! Ele não se movimenta mais. Aquilo que parecia tão óbvio e banal não funciona. Um dia a lei mais absoluta das leis mais absolutas de súbito parou de valer.

Pobre Buddaddeedoo. E probre de nós...


Sabe, nada me garante que o nosso universo não passa de uma melequinha de nariz de deus prestes a ser expelida. E pra nós, de repente, no que no seria a volta de uma simples ida ao banheiro pro melequento, massa não atrai mais massa, energia não se renova, a hipotenusa ao quadrado não é a mais soma dos quadrados dos catetos e por aí vai...