domingo, 28 de novembro de 2010

Um tempo um espaço

Malaquias de boa.

De boa.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sobre ventiladores, e além

Você sabia que os ventiladores, na verdade, aumentam a temperatura ambiente? É claro que a temperatura ambiente ainda é inferior a 37º, e se você não sabe porquê, experimente entrar num forno gigante ligado e sobreviver. É. O que o ventilador faz, na real, pra provocar a sensação de frescor, é aumentar a superfície de contato do ar com o seu corpo. Desse modo, as trocas de calor se darão de maneira mais contínua, o que te leva a crer que está sentindo aquele friozinho mucho loco. É, a Física te enganou, mais uma vez!, ou você não acredita que o LHC se trata de um plano ultra-secreto do governo americano para criar um universo particular onde não serão permitidos negros, homossexuais, muçulmanos, mulheres inteligentes, estrangeiros (somos a gente galera!) ou demais indíviduos que "vão de encontro ao sistema", "ameaçam a segurança nacional" ou "ferem os princípios morais da familia tradicional cristã", que serão deixados à mercê de um mundo, o nosso, pós-apocaliptico semi-extinto mal-acabado sucumbido pelo progresso do capitalismo predatório?

Ok, talvez eu não ache isso também, mas por falar em universo particular, você acusaria em mim insanidade se eu dissesse "acredito na existência de mais de 6 bilhões de universos"? É porque, sabe, eu sinto que a minha cabeça funciona de um jeito diferente, e a sua também. Tem coisas que só funcionam na minha cabeça, ou nas minhas... Segundo um desses físicos malucos (e mentirosos!), um tal de Heinsenberg, gente boa, o simples evento da observação de um fenômeno é sempre capaz de alterar a natureza do mesmo. Levando isso ao pé da letra, será que não existe de fato um universo diferente para cada ser pensante que habita esse planeta? Imagine, no futuro, seres humanos explorando seu potencial a ponto de fulminarem com o olhar o universo de seu vizinho! Seriam guerras intermináveis! A propósito, talvez não seja uma realidade tão distante. Sabe aquela pessoa que você odeia passando do outro lado rua? Você mentaliza tanto a desgraça dele e de repente, sabe-se lá, o sujeito tropeça e derruba as coisas... Talvez se trate de uma investida no universo alheio. Hum, gostei do termo.

E por falar em termo, sabe as bancas, é, de jornal? Elas deviam se chamar bancas pornô. Todas naquele modelo retangular, com uma face lateral externa de vidro estampando as "revistas masculinas" mais cultuadas, com ensaios sensuais da primeira gostosona que estiver em alta na mídia. Nada contra. A da Tessalia (que ainda não sei quem é) estava sensacional! Mas essa ala, cuja visualização supostamente é permitida a qualquer público, é a porta de entrada (sentido figurado gente) para a ala lateral interna, onde estão expostos toda sorte de cd's e revistinhas de pornô barato e escrachado. E eu não estou sendo fundamentalistazinho moralista, só estou criticando a baratidão desse conteúdo interno, bem como, por tabela, o seu público consumidor. Francamente, internet está aí pra isso, voltem com os HQ's! Aliás, HQ's não se cansam de reciclar e reciclar não é mesmo? Claro, eu não duvido da qualidade das novas histórias do homem-aranha ou do batman, mas às vezes sinto falta de venerar um novo super-irado-clássico-herói. Se bem que deve existir, eu nem sei se os quadrinhos do Kick Ass são da nova era, eu que não pesquiso, devo estar falando besteira. Aliás, Brad Pitt esteve na produção de Kick Ass! Esse cara definivamente não é só mais um rostinho bonito em Hollywood.

Ok, a mudança de assunto está começando a ficar muito rápida.

Respira.

William Bonner errou na previsão do tempo ontem.


Continua na próxima edição.

sábado, 11 de setembro de 2010

Instrospectofilia (?)

Eu sou um sujeito meio espostâneo. É partindo dessa premissa que eu vou seguir construindo esse texto. Por que afinal, do que se trata o processo de construção de um texto? No caso deste blog, ferramenta de exposição da minha galeria mental, o texto surge normalmente com base numa frase, ou uma simples ideia, que se desenvolvendo e vai puxando outras mais, que não necessariamente condizem com as anteriores.

Isso por quê?

Eu sou um sujeito pouco seletivo. Para dizer, digo. Para dizer eu não meço muito as palavras. Volta e meia eu solto uma "proeza" desnecessária, o que se contradiz com um outro fato.

Eu sou um sujeito meio sistemático.

Eu monto falas na minha cabeça. As vezes eu me sinto como se a minha mente fosse palco de uma peça de teatro. Eu monto diálogos, e os remeto à severa revisão inda por cima. Fico avaliando a melhor maneira de expressa-los, de faze-los entender (pra quem eu ainda não sei). Talvez eu seja simplesmente um sonhador, que fantasia as mais diversas situações, que coloca a si próprio em quadros divertidos e inusitados. Ou não. Acontece também uma coisa estranha de virar e revirar uma frase banal mesmo. Como pensar na melhor maneira de perguntar que horas são à senhora do seu lado. Eu procuro as palavras mais bonitas, bem como uma ordem ideal de disposição destas. O que vem na cabeça, no entanto, normalmente é bem distorcido pela boca. Isso porque eu perco as coisas muito rápido no labiritnto da minha mente.

Quando se trata de uma situação real, então, eu sou aquele espontâneo e aleatório, muito aleatório diga-se de passagem. Eu disparo frases e pensamentos soltos pouco correlacionados, normalmente quando estou com sono. Mas quando falamos do meu mundo particular, a coisa é estritamente premeditada.

Todo mundo deve ser um pouco assim não é mesmo? A gente se sente tão pressionado que se vê obrigado a se colocar um pouco fora de órbita às vezes. Talvez no meu caso isso seja só um vício à parte. Instropectofilia?

Se eu gastasse todo esse tempo pensando em alguma coisa produtiva, quiça eu ganhasse algum dinheiro com isso.
Mas diversão não tem preço.

Eu sinto que isso aqui poderia render muito mais pano pra manga, mais mundanças repentinas de assunto, mais conversa fiada, mas vou me resguardar um pouco pra voltar com calma. Lamento se desapontei alguém, eu reconheço que esse aqui ficou bem sem graça.

"Pano pra manga" é uma expressão muito interessante.

domingo, 4 de julho de 2010

Você acredita em gravidade?

Aviso 1: Esse texto é resultado de algumas horas de completa e total fuga do meu estado de sanidade mental, e por isso mesmo eu resolvi não passa-lo por uma revisão muito rigorosa.

Aviso 2: Não levem o exemplo e a analogia tão a sério, eles são extremamente falhos na simples condição ilustrativa que eu os impus.



Todos conheçam Buddadeeboo. Buddadeeboo é fruto da minha imaginação, que também pode ser entendida por falta do que fazer. Coisa da qual o grande Buddadeeboo não carece, a propósito, pois tem uma vida altamente atarefada na condição de bom vírus letal que ele é (entenderam o trocadilho?). Vamos imaginar o universo em que o nosso amigo está inserido. Por universo entendemos o "tudo", que, para um virus, trata-se de uma noção extremamente diferente. O seu "tudo" possui outros limites. Ao nosso virus é impossivel conhecer o que há fora do estômago humano, por exemplo, em se tratando de um organismo ultra-microscópico que acomete exclusivamente as células da parede estomacal.

Pois bem, vamos adiante. O virus se reproduz, dá origem a diversas gerações, tem um ciclo infinito de existência, pode-se dizer, dentro do orgão digestivo em questão.

Porque o infinito é aquilo que não pode ser alcançado. 3 segundos são uma vida pro nosso amigo tampinha. O que seriam nossos 75 anos pra eles? Pra nós, escória perto do tempo de formação da Terra. Pra eles, a eternidade em pessoa. A cadeia de eventos a que eles se apropriam são tudo, de fato, no que diz respeito ao seu mundo. Eles observam o estômago liberando substâncias, e é disso que se trata toda a evolução de seu universo.

E pra todos os virus budda que existiram, existem ou vão existir, uma coisa é inquestionável: O estômago sempre se movimentará. São "forças peristálticas da natureza". Desde o adão dos virus é assim, e o será pela eternidade. É uma cadeia de tempo muito grande pra se dar contar de que o cara que os abriga vai morrer um dia.
E então os movimentos são dados como verdade absoluta, porque nunca aconteceu diferente e nunca acontecerá.

Os virus cientistas podem descobrir que na verdade habitam um grande ser, e o conhecimento é aprimorado de geração em geração. Ainda podem até descobrir as causas do movimento. "No extremo de seu universo existe uma fonte de energia motora, o tal do cérebro humano".

E as teorias se renovam. Já não se trata mais de energia, a nova visão sugere que se tratam de grandes cordas que percorrem o grande ser, que podem ser constatadas com a observação mais precisa, o desenvolvimento de novas técnicas. E as teorias vão girando e se renovando em torno disso, isso é tudo, é a pergunta final.

Pra nós, no entanto, não passa de uma criança gripada. É muito mais do que imaginava a vã filosofia do pobre buddaddeboo. Eles nunca vão chegar perto de descobrir que existem outros seres, trazendo outros virus. E que o universo não se trata desses seres, eles não são nada. Exsite uma casa deles, e uma cidade de casas deles, um país de cidades deles e um mundo onde funcionam leis que nenhum buddadde jamais ousou pensar. Eles buscam as respostas, mas elas trarão sempre mais perguntas. Descobrir a origem o ser que ele habita é infinito pra ele. É muito além.

E um dia, sem mais nem menos, no que seria um trilhão elevado a 287 de anos pra eles, uma eternidade de visões acrescidas, de transformações no corpo medidas em escalas "infatozoicas", "puberzoicas", de milenios do período "pré-adolescentiano", o portador do virus faz, sei lá, uma redução de estômago.

Tchadam!

É o fim, imagine o impacto! Ele não se movimenta mais. Aquilo que parecia tão óbvio e banal não funciona. Um dia a lei mais absoluta das leis mais absolutas de súbito parou de valer.

Pobre Buddaddeedoo. E probre de nós...


Sabe, nada me garante que o nosso universo não passa de uma melequinha de nariz de deus prestes a ser expelida. E pra nós, de repente, no que no seria a volta de uma simples ida ao banheiro pro melequento, massa não atrai mais massa, energia não se renova, a hipotenusa ao quadrado não é a mais soma dos quadrados dos catetos e por aí vai...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dilema ecológico

Como bom filho que eu sempre fui, hoje eu me pus a realizar uma tarefa pra minha mãe: colocar o lixo pra fora. Simples. Fichinha, certo? Eu só não esperava que até o banal do banal pudesse me custar mais uns parafusos a menos numa reflexão altamente improdutiva (Essa palavra existe? A dúvida a torna ainda mais interessante). Depois do chão do ônibus, não sei porque ainda me surpreendo.

Eu estava prestes a depositar as sacolas no local de costume, que, segundo dona Renata, era ideal para a coleta. Para a coleta...

O ponto em questão era ao pé de um arbusto plantado na calçada. Eu encarei fixamente aquele pedacinho de solo em que crescera o mano clorofila, uns segundinhos sem pestanejar, decisivos para a completa perda de tempo que se suscederia ali.

O que aquilo representava pra ele, exatamente? Somos cinco aqui em casa, sabe-se lá toda a sorte de lixo que não geramos, e as sacolas ficariam ali, a noite toda. O chorume que a coisa toda geraria poderia comprometer a qualidade do solo, contaminar sua estrutura fértil, representando um risco para o nosso amigo vegetal. Eu estava diante de uma responsabilidade ecológica muito grande, eu não podia simplesmente ignora-la, podia? (Não pensem "podia"!)

A solução, você deve imaginar, era simples: depositar as sacolas em qualquer outro lugar da rua sem cobertura vegetal. Mas minha mente se antecipou a mim mesmo (mais uma vez...): por quê? O lixo afetaria o arbusto e tudo, mas, por outro lado, digamos que ele sobreviva ao "atentado doméstico" que eu estava cometendo. Mais: digamos que o meu lixo seja de toxicidade tal que é suficiente pra comprometer a estrutura molecular do vegetal, destruindo e reorganizando cadeias cromossômicas que dizem respeito à sua constituição? Estariamos diante, portanto, de uma mutação gênica. E mutação poderia significar o surgimento de uma nova espécie que foi se destacando a partir do caractere adquirido. Uma resistência do organismo, uma característica que garantiria a este um sucesso natural transmitido de geração em geração. No futuro teríamos plantas imunes ao lixo. Não seria um verdadeiro sonho darwiniano? Ponto pro capitalismo. Adeus campanhas ecológicas, Al Gore, jingles irritantes e lixões sem jardins. Já posso até ver um novo campo da arquitetura: "e aí, tirou quanto em paisagismo de resíduos II?".
Biodiversidade também é responsabilidade ecológica. E aí?


A resposta pra todas as perguntas era clara: hora de voltar pra casa.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um pouco de bla bla bla

Bom, eu não posto há séculos. Ando meio sem tempo, por conta dos estudos. Então eu pensei: por que não conciliar tudo? Eu tenho feito alguns trabalhos de texto ultimamente, e pra tirar um pouco a poeria disso aqui, resolvi publicar um deles. Foge muito à linha do blog, soa meio meio pseudo-intelectual e é baboseira histórica (não que eu não aprecie História, muito pelo contrário), mas eu tenho que me contentar, é tudo que eu posso por enquanto. A proposta era estabelecer uma relação entre o Nazismo e a eclosão da Segunda Guerra Mundial, e elaborar uma conclusão sobre a coisa toda. Aí vai:


Nazismo: as marcas que se desmembraram em guerra

"As frentes totalitaristas da Europa surgiram tomando para si as angústias de um povo oprimido, de orgulho ferido e sentimento de humilhação, todas marcas deixadas pela primeira Grande Guerra. Dentro desse contexto, seus ideais de união e revolta suscitaram no povo alemão (no caso do Nazismo) um nacionalismo doentio, regado a uma sede de vingança quase que unânime no país.

O fundamento racista e segregador existente na doutrina nazista obteve, portanto, a completa adesão desse povo ressentido, que agora julgava a sua causa e existência ambas superiores.

Com a ascensão de Hitler no poder (que se deu após a publicação de sua ideologia em "Mein Kampf") a figura centralizadora de um líder, conciliada a uma forte propaganda, mobilizou toda uma nação contra o restante do mundo, em especial as potências europeias, em uma alusão clara ao império romano (de onde, inclusive, deriva o nome "fascismo"). Sob a premissa de semear no planeta aquela "raça pura", o Fuhrer objetivava reconsquistar os territórios perdidos, dando cabo ao chamado "pangermanismo", e literalmente guiar o povo em favor de sua revanche.

As nações que outrora provocaram esse sentimento de revanche nos alemães, eram, no período que antecedeu a guerra, pólos industriais dominados pelo capitalismo (e ainda o são, é bem verdade), e viam na ascensão nazista uma ameaça à democracia, mas, principalmente, uma
ameaça ao sistema que imperava (choque de ideologias) e ao seus postos de controle sobre a economia global.

O clima de tensão na Europa já estava estabelecido, o japão crescia no oriente e já havia firmado um acordo com a Alemanha de Hitler e a Itália fascista de Mussolini. Tendo em seu favor o medo europeu, o líder nazista invade a Polônia, com sucesso, e provoca a declaração de guerra por parte da Grã-Bretanha e da França.

Conclusão: O que em tese poderia ser chamada de causa nobre, com um propósito de união e patriotismo, culminou em um sentimento de ódio profundo, tomou proporções catástróficas e gerou a morte indiscriminada de milhões de inocentes. O nazismo é um exemplo perfeito da vil
capacidade de uma ideia ser incutida na cabeça das pessoas, dando-lhes um chão, de tal maneira que se sobreponha a qualquer princípio nela existente. Os alemães tornaram-se frios e amargurados, e viam na morte do outro a salvação para o mundo. A vitória dos aliados representou o fim do regime autoritário, mas seus preceitos influenciam movimentos guiados pelo preconceito até os dias de hoje."


Só uma ressalva: O texto ignora muitos detalhes históricos, é verdade, mas a ideia era fazer mais uma conexão de ideias do que de fatos.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Eu tive uma ideia

Eu tenho certeza de que tive. Eu sempre tenho idéias, não necessariamente inteligentes, afinal eu não sou chico. Pro meu pranto e tristeza (ou não) elas vão como vêm, num piscar de olhos, ou melhor: num salto quântico. Uns bilionésimos mais rápido...

Eu tenho problemas com memória recente. Sabe o que é se esquecer todo dia no banho se você já usou o shampoo (Xampu, champô, pára de me corrigir blogger!)? Eu fico imaginando a quantidade de desperdício que eu já não gerei...

O fato é que eu faço duas viagens de ônibus por dia ao longo da semana útil, e pensar é o que tenho pra me distrair. Me considero um sujeito antiquado, eu não costumo andar por aí com um tocador de mp3 ou um um celular cheio de aplicativos. Escolha minha, eu me divirto com a minha mente.

Eu penso sobre as pessoas, as coisas, sobre as varizes da mulher no banco ao lado...

Somadas às sandálias gastas, eu diria que ela anda bastante por aí. Uma pasta azul com alguns papéis em mãos, deve estar correndo atrás de algum processo ou resolvendo um problema no banco (elas sempre estão resolvendo problemas no banco). Coitadinha, não tem quem a ajude. Do outro lado a janela, ah, a janela.

Eu adoro a janela. Alguém se sentou do meu lado, me impedindo de descobrir mais pontos interessantes no meu trajeto.

Argh.

Voltei à mulher, sandálias, piso. O piso. Se é que eu podia chamar de piso. Umas chapas de algum metal cujo nome os meus conhecimentos de química não me permitem dizer. Lado a lado afixadas por uns parafusos dispostos de modo aleatório.

Será que existe um padrão para as distâncias entre eles? Provavelmente não. Será que as chapas já são mandadas parafusadas? Hum...

E, nesse ponto, me veio à cabeça uma longa de sequência de imagens que envolviam funcionários do terminal rodoviário e indústrias que fabricam chapas de metal para fundo de ônibus.

E essas marcas em alto-relevo? Ah, pra aumentar o coeficiente de atrito, função anti-derrapante. É claro que todo aquele barro (as aulas de solos me obrigariam a dizer silte-argiloso um dia) percolava entre os vazios das marcas, tornando tudo plano e portanto reduzindo seu efeito. Isso é que eu chamo de terraplanagem.

Eu juro que uma pequena parte de mim estava dizendo: que diabos é isso? O que você está fazendo? Mas eu não pude evitar, eu era todo do chão agora. Eu tinha muitas questões a levantar. Eu falava do barro...

Da onde veio aquilo tudo? A mancha uniforme indicava que tudo fora depositado de uma vez só. Um passageiro com um saco de barro? Vento forte em ruas não pavimentadas? Sandman???

Existe um sistema de transporte público aqui, no Espírito Santo, que cobre toda a região metropolitana: o sistema transcol. Eu não devo conhecer nem 20% dos lugares por onde o meu ônibus passa.

Eu podia ainda estar errado e aquilo era de fato poeira dispersa, que foi se aglomerando aos poucos graças 297 mil pés que se aventuravam por aquele ônibus ao longo do dia?

Uma coisa foi puxando a outra. Eu estava vidrado. Nunca achei que algo como o chão do ônibus pudesse me levar pra tão longe. E, de fato, ele levou.

Espera um pouco...
Legal meditar sobre o chão e zás...
Mas não é o meu ponto ali ficando pra trás?

domingo, 14 de março de 2010

Meu nome não é Chico

Que pena. Too bad. Não sou buarque, science ou mendes. É uma lástima, ou não. Eu tenho meus momentos de auto-consagração. Às vezes eu sou um sujeito satisfeito comigo mesmo, mas há momentos (e que momentos) em que eu convivo com dura repressão da minha parte. "Que merda, deixa de ser burro!". Já se sentiram como se a sua mente estivesse em conflito com seu próprio cérebro? Comigo é mais do que comum. Loucura? Egocentrismo? Eu já encaro como um processo normal... Esses dias:

- Ei, cérebro como é possível que conversemos?
- Eu tenho a minha opinião, você tem a sua. Tchadam!
- Mas eu uso meu cérebro pra emitir opinião.

Paradoxo. Felizmente não se abriu uma fenda no espaço tempo na minha frente. É claro que a conversa foi muito maior, mas meus lapsos de memória não me permitiram transcreve-la integralmente. Seria o meu cérebro inconscientemente me impedindo de revelar o segredo de seus planos malignos para com meu corpo? Estou começando a ficar com medo.

Sabe, muitas das minha ações são produto dessa discussão interior, e muitas das minhas inações são concessões de mim mesmo a mim, e nada de Irene. Eu tenho duas cabeças. Hum, não soa tão mal assim...

Sabe o que não soa tão mal também? "Meu nome não é chico". Bem-vindo.