quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dilema ecológico

Como bom filho que eu sempre fui, hoje eu me pus a realizar uma tarefa pra minha mãe: colocar o lixo pra fora. Simples. Fichinha, certo? Eu só não esperava que até o banal do banal pudesse me custar mais uns parafusos a menos numa reflexão altamente improdutiva (Essa palavra existe? A dúvida a torna ainda mais interessante). Depois do chão do ônibus, não sei porque ainda me surpreendo.

Eu estava prestes a depositar as sacolas no local de costume, que, segundo dona Renata, era ideal para a coleta. Para a coleta...

O ponto em questão era ao pé de um arbusto plantado na calçada. Eu encarei fixamente aquele pedacinho de solo em que crescera o mano clorofila, uns segundinhos sem pestanejar, decisivos para a completa perda de tempo que se suscederia ali.

O que aquilo representava pra ele, exatamente? Somos cinco aqui em casa, sabe-se lá toda a sorte de lixo que não geramos, e as sacolas ficariam ali, a noite toda. O chorume que a coisa toda geraria poderia comprometer a qualidade do solo, contaminar sua estrutura fértil, representando um risco para o nosso amigo vegetal. Eu estava diante de uma responsabilidade ecológica muito grande, eu não podia simplesmente ignora-la, podia? (Não pensem "podia"!)

A solução, você deve imaginar, era simples: depositar as sacolas em qualquer outro lugar da rua sem cobertura vegetal. Mas minha mente se antecipou a mim mesmo (mais uma vez...): por quê? O lixo afetaria o arbusto e tudo, mas, por outro lado, digamos que ele sobreviva ao "atentado doméstico" que eu estava cometendo. Mais: digamos que o meu lixo seja de toxicidade tal que é suficiente pra comprometer a estrutura molecular do vegetal, destruindo e reorganizando cadeias cromossômicas que dizem respeito à sua constituição? Estariamos diante, portanto, de uma mutação gênica. E mutação poderia significar o surgimento de uma nova espécie que foi se destacando a partir do caractere adquirido. Uma resistência do organismo, uma característica que garantiria a este um sucesso natural transmitido de geração em geração. No futuro teríamos plantas imunes ao lixo. Não seria um verdadeiro sonho darwiniano? Ponto pro capitalismo. Adeus campanhas ecológicas, Al Gore, jingles irritantes e lixões sem jardins. Já posso até ver um novo campo da arquitetura: "e aí, tirou quanto em paisagismo de resíduos II?".
Biodiversidade também é responsabilidade ecológica. E aí?


A resposta pra todas as perguntas era clara: hora de voltar pra casa.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um pouco de bla bla bla

Bom, eu não posto há séculos. Ando meio sem tempo, por conta dos estudos. Então eu pensei: por que não conciliar tudo? Eu tenho feito alguns trabalhos de texto ultimamente, e pra tirar um pouco a poeria disso aqui, resolvi publicar um deles. Foge muito à linha do blog, soa meio meio pseudo-intelectual e é baboseira histórica (não que eu não aprecie História, muito pelo contrário), mas eu tenho que me contentar, é tudo que eu posso por enquanto. A proposta era estabelecer uma relação entre o Nazismo e a eclosão da Segunda Guerra Mundial, e elaborar uma conclusão sobre a coisa toda. Aí vai:


Nazismo: as marcas que se desmembraram em guerra

"As frentes totalitaristas da Europa surgiram tomando para si as angústias de um povo oprimido, de orgulho ferido e sentimento de humilhação, todas marcas deixadas pela primeira Grande Guerra. Dentro desse contexto, seus ideais de união e revolta suscitaram no povo alemão (no caso do Nazismo) um nacionalismo doentio, regado a uma sede de vingança quase que unânime no país.

O fundamento racista e segregador existente na doutrina nazista obteve, portanto, a completa adesão desse povo ressentido, que agora julgava a sua causa e existência ambas superiores.

Com a ascensão de Hitler no poder (que se deu após a publicação de sua ideologia em "Mein Kampf") a figura centralizadora de um líder, conciliada a uma forte propaganda, mobilizou toda uma nação contra o restante do mundo, em especial as potências europeias, em uma alusão clara ao império romano (de onde, inclusive, deriva o nome "fascismo"). Sob a premissa de semear no planeta aquela "raça pura", o Fuhrer objetivava reconsquistar os territórios perdidos, dando cabo ao chamado "pangermanismo", e literalmente guiar o povo em favor de sua revanche.

As nações que outrora provocaram esse sentimento de revanche nos alemães, eram, no período que antecedeu a guerra, pólos industriais dominados pelo capitalismo (e ainda o são, é bem verdade), e viam na ascensão nazista uma ameaça à democracia, mas, principalmente, uma
ameaça ao sistema que imperava (choque de ideologias) e ao seus postos de controle sobre a economia global.

O clima de tensão na Europa já estava estabelecido, o japão crescia no oriente e já havia firmado um acordo com a Alemanha de Hitler e a Itália fascista de Mussolini. Tendo em seu favor o medo europeu, o líder nazista invade a Polônia, com sucesso, e provoca a declaração de guerra por parte da Grã-Bretanha e da França.

Conclusão: O que em tese poderia ser chamada de causa nobre, com um propósito de união e patriotismo, culminou em um sentimento de ódio profundo, tomou proporções catástróficas e gerou a morte indiscriminada de milhões de inocentes. O nazismo é um exemplo perfeito da vil
capacidade de uma ideia ser incutida na cabeça das pessoas, dando-lhes um chão, de tal maneira que se sobreponha a qualquer princípio nela existente. Os alemães tornaram-se frios e amargurados, e viam na morte do outro a salvação para o mundo. A vitória dos aliados representou o fim do regime autoritário, mas seus preceitos influenciam movimentos guiados pelo preconceito até os dias de hoje."


Só uma ressalva: O texto ignora muitos detalhes históricos, é verdade, mas a ideia era fazer mais uma conexão de ideias do que de fatos.